Acho
que eu tinha uns 18 anos quando assisti 500 dias com ela pela
primeira vez. Eu odiei a Summer. Eles eram o casal principal do
filme, deveriam ficar juntos. Simples assim. Detestei-a por não amar
o cara suficiente, pela esperança que ele criou e por destruir as
expectativas que ele criou.
Mas
a questão é que ela não teve culpa de nada. Ela não iludiu o Tom.
Ela nunca mentiu sobre seus sentimentos e se ela foi culpada por
alguma coisa, foi por tentar. Foi ele que se excedeu e andou na
frente, as expectativas eram dele a ilusão foi fruto da cabeça
dele.
Acho
que em algum momento todo mundo vai ser a Summer, talvez eu não
tenha entendido na primeira porque eu era o Tom. Eu achei, de alguma
forma, que ela tinha a obrigação de retribuir. Ninguém tem.
Mas
quando você se torna a Summer é diferente. Você conhece essa
pessoa legal com quem você pode se ver em um relacionamento e você
tenta. Você tenta se apaixonar e se convencer que está tudo bem.
Quem precisa de emoção?
Mas
você não sente o que deveria. E você vê essa pessoa com todos os
sonhos e expectativas encima de você e vem aquele sentimento de ser
o pior ser humano. Mas aí você entende, você nunca mentiu, você
tentou. E então percebe que toda essa decepção não pertence você,
mas sim a todos os outros que sempre te ensinaram que você deve
corresponder e sempre escolher a estabilidade.
É
libertador saber que você pode desistir, que você pode buscar a
própria felicidade que existem formas diferentes de futuro. Ninguém
precisa se sacrificar por ninguém.
A
Summer não teve culpa, ela era apenas humana e se no fim a sua
pessoa certa não era o Tom, ao menos ela tentou e teve forca de
buscar a própria felicidade.